“Há 10 anos, tínhamos 17 milhões de euros de faturação e 150 colaboradores. Agora já empregamos cerca de 530 colaboradores e terminámos o último resultado com 88 milhões de euros de faturação”, reforça.
Com mais de três décadas de história, a unidade de Vila Real nasceu em 1989 como MotoMeter, no seio do grupo Blaupunkt Antenna Systems, dedicando-se, inicialmente, à produção de painéis para automóveis. Em 2010, chegou a vez de ser adquirida pela Kathrein Automotive e de se “especializar na produção de antenas e dispositivos de comunicação”, uma aposta que a Continental tem continuado a impulsionar desde a aquisição há quatro anos. Detida por um grupo presente em mais de 60 países, não se estranha, por isso, que a Continental Advanced Antenna Portugal exporte “quase 100% da sua produção”, nota Miguel Pinto. Dirigida especialmente ao segmento premium da indústria automóvel, a produção da fábrica de Vila Real fornece “sobretudo o mercado europeu, mas também Estados Unidos, China e África do Sul, entre outros países”, elenca o diretor-geral.
Além de levar o nome de Trás-os-Montes e de Portugal aos quatro cantos do mundo, a Continental Advanced Antenna Portugal está ainda decidida a fomentar o desenvolvimento da região onde se insere “em várias frentes”. “Somos o maior empregador privado do distrito e estamos envolvidos em diversos projetos de responsabilidade social a nível local”, explica Miguel Pinto, que assume o empenho da empresa em ajudar a criar um hub tecnológico na área da mobilidade em Trás-os-Montes. “Em parceria com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e, no âmbito do PRR, somos líderes de um consórcio de mobilidade para a região, que agrega outras empresas e representa quase 30 milhões de euros”, destaca.
Apesar dos entraves colocados pela pandemia, pela guerra da Ucrânia e pela escassez de semicondutores que, nos últimos anos, “afetou, de uma forma generalizada, toda a indústria de componentes automóvel em termos mundiais”, os desafios conjunturais não assustam a Continental Advanced Antenna Portugal, que está confiante quanto ao futuro, nota Miguel Pinto. “O mercado automóvel está a sofrer uma autêntica revolução e nós queremos estar na dianteira dessas novas tendências de mercado, nomeadamente no que toca à condução autónoma, para a qual as antenas e os dispositivos de comunicação são essenciais”, perspetiva o diretor-geral, que enaltece ainda o “suporte, numa lógica de parceria” que a Altice tem dado à empresa, quer enquanto parceiro de comunicações quer no envolvimento em projetos específicos de inovação.